quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Em meio à vultos há uma luz!





   Você me enxerga? Consegue contar quantos dedos tem aqui? Você consegue ver aquele objeto ali? Perguntas quais tive que conviver minha vida toda, seja por curiosidade, preconceito ou admiração. A vida não foi fácil, mas eu nunca desisti!
Meus pais também não desistiram apesar dos médicos desacreditá-los. Lhes disseram que eu não iria enxergar, andar, nem ouvir e falar. Uma enfermeira chegou a pedir a eles para que rezassem para que eu não sobrevivesse. O tempo passou, andei, falei, mas insistiam, mas enxergar ele não irá.
   Convivi com as pessoas me colocando em xeque a maior parte da minha vida, duvidavam da minha capacidade, mas apesar de tudo, eu venci! Sem tratamento especial ou qualquer favorecimento estudei e me formei em escola pública e ensino regular como qualquer outra pessoa. Tirei minhas notas vermelhas quando mereci, mas jamais fui reprovado.
Apesar desta etapa as dúvidas persistiram, tive minhas primeiras experiências profissionais com direito há um cargo como auxiliar de escritório no setor público por quatro anos, mas ainda assim o reconhecimento ainda não foi dado. Perdi esse emprego, tive crise de confiança e comecei a duvidar de mim mesmo.
Dois meses se passaram e o desespero começou a bater, os problemas começavam a se acumular, então me perguntei. O que eu sei fazer? O que eu tenho facilidade? Sempre gostei de tecnologia e fui agraciado com a habilidade para solucionar problemas nos equipamentos. De minha necessidade nasce minha primeira ideia empreendedora, minha própria assistência técnica de informática e dispositivos eletrônicos.
   Vivi e colhi muitos frutos desses quase cinco anos de prestação de serviços, o reconhecimento pelo meu trabalho me rende visitas até hoje. E não só o reconhecimento, a tranquilidade que este trabalho me trouxe permitiu que eu estudasse um curso técnico em Segurança do Trabalho e também minha graduação em Processos Gerenciais.
A vida não foi fácil para meus pais, nem para mim. Fui descobrir o que era atrofia de nervo ótico muito tarde, demorei a entende que jamais seria uma pessoa comum, poderia ter tido muito mais oportunidades se tivesse me encontrado antes. Mas não reclamo da sorte que tive, hoje encontrei o amor com uma pessoa que me aceita como sou, estou empregado em uma empresa que é referência na região.
Passei muita coisa em trinta e um anos, mas sabe o que descobri? Entendi que podemos vencer apesar de toda a adversidade. Sou Giuliano Landim, essa é minha história e esse é o projeto Olhar Incomum.


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